Em Portugal, o projecto europeu Esmartcity está a monitorizar os consumos energéticos de 29 edifícios públicos nos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra. Através da análise dos dados recolhidos, o objectivo é tornar os edifícios “energeticamente mais eficientes”. Os resultados do projecto deverão ser, posteriormente, “replicáveis” para os restantes países da União Europeia (UE).
Estão a ser monitorizados quatro mercados municipais, cinco espaços culturais, três paços de concelho, três escritórios, sete escolas e bibliotecas e sete recintos desportivos. A recolha dos dados referentes ao consumo de energia em edifícios municipais está a ser feita com recurso a “sistemas inteligentes de monitorização” pela ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, entidade responsável, em Portugal, pela coordenação do projecto Esmartcity – Enabling Smarter City in the MED area through Networking, realizado no âmbito do programa europeu de cooperação para a área do Mediterrâneo (Interreg MED). Iniciado em Fevereiro de 2018, a data de conclusão da iniciativa europeia está marcada para Julho deste ano.
O projecto conta com dez parceiros mediterrânicos e com um orçamento de 2,5 milhões de euros, provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Por cá, a monitorização dos consumos de energia de 29 edifícios públicos gera dados que são analisados e sistematizados pela ENA e, depois, reportados aos serviços municipais através de uma plataforma digital, para que estes possam planear intervenções “com base nas necessidades reais”.
A realização deste projecto piloto tem como objectivo, de acordo com a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, “tornar estes edifícios energeticamente mais eficientes”, diminuindo o impacto no ambiente e “melhorando a prestação de serviços aos cidadãos”. As reduções alcançadas no consumo e nos custos de energia “podem alcançar os 25%”. A análise dos dados recolhidos servirá para a “elaboração de perfis de consumo que irão contribuir para a optimização das soluções energéticas”, procurando soluções que, no final do projecto europeu, deverão ser “replicáveis” em Portugal e na UE.
Os “sistemas inteligentes de monitorização” instalados ao abrigo do Esmartcity vão permitir o optimizar e testar estratégias de gestão de energia, lê-se no Livro Verde para a Mudança da Política de Inovação, documento lançado no final de Março e que resultou das “lições aprendidas” a partir dos vários projectos piloto concretizados pelos dez parceiros europeus. Este livro “apresenta boas práticas de implementação das smart cities em toda a Europa e propõe recomendações políticas e estratégias de inovação”, em áreas como a digitalização ou dados abertos (open data).
Para além de Setúbal, Palmela e Sesimbra, o Esmartcity conta com a participação da região da Grécia Ocidental, Pescara e Milão (Itália), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina), Lyon (França) e Agrón e Huétor Tájar (Espanha). No âmbito deste projecto, estão ainda a ser implementadas soluções tecnológicas em nove locais, procurando a redução dos consumos energéticos, a redução dos gastos públicos, a melhoria do conforto dos utilizadores dos edifícios integrados no piloto, a redução da poluição luminosa e a preservação da segurança nocturna.
Integrado no Interreg MED, o Esmartcity pretende apoiar, na região mediterrânica, o crescimento verde e o desenvolvimento sustentável, promovendo a inteligência urbana e o desenvolvimento e a implementação de soluções energeticamente eficientes.